miércoles, 5 de septiembre de 2007

2º dia: Domingues Rodrigues, indianos e velhos barricados




2º dia em Barcelona. Dia de procurar casa! Não fosse o facto de ser um sábado e todas as agências estarem fechadas e os particulares dizerem que só mostram casas a partir de segunda. A vontade de sair do motel era muita e a ansiedade apoderava-se de nós. Após percorrer infrutiferamente várias agências, passamos numa, chamada "Domingues Rodrigues". Quando chegamos à porta, advinhem... Cerrada!

Eis que, tamos sentados um pouco a descansar, e ao passar um velhote, a Ana se vira para mim na brincadeira e diz: "Será que este velho é o Domingues Rodrigues?". Eu alinho na brincadeira, e gera-se um diálogo que marcou completamente aquela tarde.

- Eres Domingues Rodrigues?
- Si.

Apesar de estar fechada, o homem aceitou atender-nos (eramos 10), e teve a ver o que se podia arranjar. Apesar de haver dois pisos para ver, um deles era muito longe, sobrava um para quatro pessoas... Decidimos lá ir... Eu, o décio, a Ana e a Mafalda... Quando lá chegamos tivemos uma surpresa tão boa como encontrar uma nota de 200 no bolso de umas calças antigas...
Basicamente era um apartamento bastante bom, espaçoso, relativamente moderno, com uma sala grande, cozinha equipada, marquise com espaço para convivio, quartos bonitos e com janelas, enfim. Situado na Gran Via, com vista para a praça de Espanha, com 3 supermercados baratos ao lado e um café que vende 3 baguetes por 1 euro e 30 centimos, o que em Barcelona é ridiculamente barato. Para além disso tinhamos rede wireless do vizinho bastante rápida. E a cereja no topo do bolo: 200 euros por mes a cada um. Com a comissão da agência e as contas da luz, àgua e gás, cerca de 250 euros por mes cada. Se tivermos em conta que tinhamos apenas visto apartamentos de 300 euros pra cima, sem contar com as comissões e despesas, e provavelmente piores... podemos dizer que nos saiu a sorte grande. Tanto que as outras seis pessoas ainda não conseguiram arranjar casa nem tencionam gastar menos de 350 euros por mes...

Nesta noite fomos comemorar para as ramblas, uma tuga fazia anos (a Cristina), bebemos uns copitos, comprei uma chamuça a um indiano que tinha ervilhas e sabia mal e conversamos com um mimo que encontramos na rua. O Taxi (colega meu da Feup) também esteve presente, que fez escala de uma noite em Barcelona antes de ir para Budapeste.

Como só podiamos ir para o novo apartamento na segunda-feira, lá tivemos de voltar ao windsor. Ora, esta segunda noite na pousada foi a que mais me marcou. Por dois acontecimentos. Primeiro, o Pratas acordou com o Indiano do nosso quarto a apalpar uma francesa k dormia no quarto ao lado, berrando ela com ele... Ainda chegou a tocar nas costas da Marta, tuga do nosso grupo, mas não conseguiu ir mais longe.
Segundo, lembram-se do velhote que vivia no nosso quarto? Sim, vivia, tava la instalado, tinha televisão propria e tudo. Ah, e era o individuo que fazia os pequenos almoços. Ora eu, já um pouco tocado, e tendo em conta que o velho dormia na ponta do quarto, tendo de passar por um estreito entre o armário e a parede, decidi empurrar o armário até tapar o estreito, barricando o velho lá dentro. Lá fomos dormir, pensando que aquilo se iria eventualmente resolver. Ora, as cinco da manha, hora de fazer os pequenos almoços, acordamos com o velho a empurrar o armário com uma agilidade brutal (pensavamos que ele nem ia conseguir sair dali), ele olha para o Tomé que estava a pé, e apenas diz "Thank You". Há quem tenha elaborado a teoria que o velho não estava a ser irónico, mas que reconheceu que nós o barricamos para o isolar do nosso barulho e da luz do quarto. A probabilidade da veracidade desta teoria está avaliada em 0,7%.

Resumo do 2º dia: Aliviante, Divertido, Muito bom

3 comentarios:

Tiago dijo...

LOLOL...

Altamente! ;P

Unknown dijo...

Acrescento apenas que também ajudei a barricar o homenzinho acabando de empurrar o armário (... sim, e a sangria bebida ao jantar também ajudou...).
Eu sou um dos que concorda com essa teoria!

Roberto Leão dijo...

N�o conhe�o os personagens, mas confesso que me grizo :) Ningu�m se chama Domingues Rodrigues!